Há algum tempo
brasileiros e estrangeiros de vários países trafegam por trechos de rodovias
que utilizam o chamado asfalto-borracha. Uma tecnologia bastante disseminada
nos Estados Unidos, mas que ainda se trata de uma novidade por aqui. Para
ampliar a pavimentação com borracha nas rodovias brasileiras é preciso investir
mais em pesquisas visando, principalmente, o barateamento da tecnologia, que
ainda custa 50% a mais que o asfalto comum. Seria preciso, também, maior
conscientização sobre a importância da reciclagem de pneus usados e incentivos
para isso, principalmente em países como o Brasil, em que o transporte
rodoviário é predominante. Anualmente são geradas cerca de 35 milhões de
carcaças de pneus e há mais de 100 milhões de pneus abandonados no país que,
reciclados, podem ser utilizados na pavimentação das estradas.
O primeiro impacto
positivo no uso de borracha em misturas asfálticas está no ambiente, pois a
restauração de pavimento com esse tipo de asfalto pode usar até mil pneus por
quilômetro, o que reduz o depósito desse material em aterros ou fora deles. No
entanto, outras vantagens ainda superam o ganho ambiental: aumento da vida útil
do pavimento, maior retorno elástico, maior resistência ao envelhecimento precoce
por oxidação do cimento asfáltico de petróleo e às intempéries e, ainda, maior
resistência às deformações plásticas, evitando, assim, trilhas de rodas
indesejáveis.
O grande
problema é que nem sempre o asfalto constituído com pneus poderá ser chamado de
“asfalto ecológico”, pois para refinar o asfalto borracha precisa-se de
temperaturas maiores, aumentando assim a poluição na atmosfera por produtos
presentes nos asfaltos, ou seja minimiza o problema da disposição inadequada de
pneus. Para minimizar ou até mesmo chegar há um patamar desejado é preciso ser
tomado cuidados especiais que já são até tradicionais como utilizar nas usinas
filtros que evitem que a fumaça do combustível e o pó de brita sejam lançados
na atmosfera e, para funcionarem precisam de licença ambiental, logo são e devem
ser fiscalizadas pelo poder público.
Nos Estados Unidos,
país onde a técnica é pesquisada desde o final da década de 1960, há uma lei
que estabelece a utilização de um percentual mínimo de borracha reciclada em
misturas asfálticas. A lei ainda garante benefícios fiscais aos estados que
fizerem isso e prevê punições aos estados que não a obedecerem. O resultado é
que em estados norte-americanos como a Flórida, Califórnia e Arizona o uso
desse tipo de asfalto é uma realidade há muito vivenciada pelos usuários das
rodovias.
No Brasil, o uso da
borracha em pavimentação asfáltica foi aprovada em 1999, por resolução do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Entretanto, a resolução é mais
forte no que se refere à instituição da responsabilidade, ao produtor e
importador, pelo ciclo total dos pneus, proibindo a sua destinação inadequada e
obrigando os fabricantes e importadores a coletarem e darem destino final de
forma ambientalmente correta aos produtos que colocam no mercado. Este papel é
cumprido, basicamente, pela Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos
(Anip) que, desde 2000, tomou para si a responsabilidade pela coleta dos pneus
inservíveis (sem condições de rodagem ou de reforma) e criou os chamados
ecopontos são
220 postos para coletas de pneus espalhados em várias cidades por todo o país.
Hoje, as misturas
asfálticas com borracha são, normalmente, produzidas com restos ou resíduos de
borracha e são obtidas por meio de várias técnicas, incluindo o processo seco e
úmido. Essas misturas podem conter aditivos ou modificadores como diluentes e
óleos, entre outros. No processo seco, os grânulos da borracha representam de
0,5 a 3,0% da massa do agregado, enquanto que no processo úmido o pó de pneu
representa aproximadamente 15% da massa do ligante ou menos que 1,5% da massa
da mistura.
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