segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Vantagens ambientais e econômicas no uso de pneus em asfalto



Há algum tempo brasileiros e estrangeiros de vários países trafegam por trechos de rodovias que utilizam o chamado asfalto-borracha. Uma tecnologia bastante disseminada nos Estados Unidos, mas que ainda se trata de uma novidade por aqui. Para ampliar a pavimentação com borracha nas rodovias brasileiras é preciso investir mais em pesquisas visando, principalmente, o barateamento da tecnologia, que ainda custa 50% a mais que o asfalto comum. Seria preciso, também, maior conscientização sobre a importância da reciclagem de pneus usados e incentivos para isso, principalmente em países como o Brasil, em que o transporte rodoviário é predominante. Anualmente são geradas cerca de 35 milhões de carcaças de pneus e há mais de 100 milhões de pneus abandonados no país que, reciclados, podem ser utilizados na pavimentação das estradas.

O primeiro impacto positivo no uso de borracha em misturas asfálticas está no ambiente, pois a restauração de pavimento com esse tipo de asfalto pode usar até mil pneus por quilômetro, o que reduz o depósito desse material em aterros ou fora deles. No entanto, outras vantagens ainda superam o ganho ambiental: aumento da vida útil do pavimento, maior retorno elástico, maior resistência ao envelhecimento precoce por oxidação do cimento asfáltico de petróleo e às intempéries e, ainda, maior resistência às deformações plásticas, evitando, assim, trilhas de rodas indesejáveis. 



O grande problema é que nem sempre o asfalto constituído com pneus poderá ser chamado de “asfalto ecológico”, pois para refinar o asfalto borracha precisa-se de temperaturas maiores, aumentando assim a poluição na atmosfera por produtos presentes nos asfaltos, ou seja minimiza o problema da disposição inadequada de pneus. Para minimizar ou até mesmo chegar há um patamar desejado é preciso ser tomado cuidados especiais que já são até tradicionais como utilizar nas usinas filtros que evitem que a fumaça do combustível e o pó de brita sejam lançados na atmosfera e, para funcionarem precisam de licença ambiental, logo são e devem ser fiscalizadas pelo poder público.

Nos Estados Unidos, país onde a técnica é pesquisada desde o final da década de 1960, há uma lei que estabelece a utilização de um percentual mínimo de borracha reciclada em misturas asfálticas. A lei ainda garante benefícios fiscais aos estados que fizerem isso e prevê punições aos estados que não a obedecerem. O resultado é que em estados norte-americanos como a Flórida, Califórnia e Arizona o uso desse tipo de asfalto é uma realidade há muito vivenciada pelos usuários das rodovias.

No Brasil, o uso da borracha em pavimentação asfáltica foi aprovada em 1999, por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Entretanto, a resolução é mais forte no que se refere à instituição da responsabilidade, ao produtor e importador, pelo ciclo total dos pneus, proibindo a sua destinação inadequada e obrigando os fabricantes e importadores a coletarem e darem destino final de forma ambientalmente correta aos produtos que colocam no mercado. Este papel é cumprido, basicamente, pela Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos (Anip) que, desde 2000, tomou para si a responsabilidade pela coleta dos pneus inservíveis (sem condições de rodagem ou de reforma) e criou os chamados ecopontos são 220 postos para coletas de pneus espalhados em várias cidades por todo o país.

Hoje, as misturas asfálticas com borracha são, normalmente, produzidas com restos ou resíduos de borracha e são obtidas por meio de várias técnicas, incluindo o processo seco e úmido. Essas misturas podem conter aditivos ou modificadores como diluentes e óleos, entre outros. No processo seco, os grânulos da borracha representam de 0,5 a 3,0% da massa do agregado, enquanto que no processo úmido o pó de pneu representa aproximadamente 15% da massa do ligante ou menos que 1,5% da massa da mistura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário